Vannildo Mendes, Estadão
No primeiro balanço do ano, realizado em reunião com representantes de 30 comissões estaduais e municipais de todo o País, a Comissão Nacional da Verdade informou ontem, em Brasília, que dezenas de agentes da repressão já estão identificados e serão convocados para depor sobre episódios ocorridos no País entre 1946 e 1985 – do início da redemocratização, após a ditadura de Getúlio Vargas, até o fim do regime militar de 1964. A lista inclui militares – policiais e civis – e empresários. Entre estes, estariam pessoas que financiavam a repressão, cediam imóveis para prisão e torturas ou até participavam de ações.Até agora, a comissão tomou 40 depoimentos, de vítimas e acusados de autoria de crimes – dos quais, segundo a assessoria da comissão, 12 são antigos agentes da repressão. Nas contas do colegiado, pelos dados obtidos até agora, cerca de 50 mil pessoas teriam sofrido algum tipo de abuso durante o período por ela investigado. Entre os convocados a depor nas próximas sessões estão os supostos autores do assassinato do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido em janeiro de 1971 – dois dos três militares do Exército que teriam torturado e morto o deputado (o outro já morreu).
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