24/07/2017
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O Brasil tem a segunda maior população de usuários de tornozeleiras eletrônicas do mundo. Hoje, pelo menos 28 000 pessoas são monitoradas 24 horas por dia pela Justiça.
A adoção do equipamento cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos e deve quadriplicar nos próximos anos.
Ultimamente, diante do brutal desequilíbrio entre oferta e procura, a busca do equipamento é disputada a tapas.
O ex-deputado e assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo da Rocha Loures, corre o risco de perder o seu equipamento e, consequentemente, ser obrigado a voltar para a cadeia.
O Ministério Público de Goiás entrou com um pedido para que a justiça reconsidere a decisão que negou o recolhimento do equipamento.
Para o promotor Fernando Krebs, o aliado de Temer furou a fila para conseguir sair da prisão. Hoje, 25 pessoas estão atrás das grades em Goiás por conta da falta do equipamento.
O equipamento que proporciona uma liberdade – ainda que restrita aos usuários – é também alvo de reclamação.
A doleira da Lava-jato Nelma Kodama adaptou um assessório usado por jogadores de tennis no pulso – uma munhequeira – na perna para evitar o incômodo de passar o dia com o equipamento preso ao corpo.
Já o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró teve que ficar mais de 30 minutos na chuva para que o sinal da tornozeleira fosse captado.
Como se vê, é ruim a tornozeleira, bem pior sem ela. Por Renato Onofre/VEJA
BZ-Em certos "itens", o nosso país está sempre nas cabeças...
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