quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

TRANSIÇÃO PRESIDENCIAL

92/12/2010

DILMA NEGA TER ESCOLHIDO FUTURO MINISTRO DA SAÚDE
A presidente eleita, Dilma Rousseff, negou nesta quarta-feira já ter escolhido o ministro que vai assumir a pasta da Saúde em seu governo. “Eu queria adiantar que ainda não escolhi o ministro da Saúde”, disse. Dilma reúne especialistas da área em um encontro do governo de transição. Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), havia confirmado o nome do secretário de Saúde do Estado, Sérgio Côrtes, para o ministério. “Dilma foi muito enfática na campanha, na admiração do trabalho que nós realizamos aqui na saúde pública. E o secretário Sérgio Côrtes será o ministro da Saúde. Para nós, é uma honra. Já foi feito o convite da presidente Dilma a mim, eu já o consultei e ele aceitou”, disse Cabral. (Folha)

CABRAL CONTOU LOROTA: DILMA NÃO CONVIDOU CÔRTES
A presidenta Dilma Rousseff se meteu numa saia justa: ela não convidou Sergio Côrtes para o Ministério da Saúde, mas o açodado governador Sergio Cabral anunciou o suposto “convite” após se reunir com ela, criando o fato consumado. Um alto dirigente do PT garante que “a melancia ainda não está arrumada no caminhão”. Dilma não queria Côrtes, mas até poderia ratificar seu nome temendo melindrar Cabral. Não precisou: o PMDB de Michel Temer derrubou a indicação.
Sergio Cabral indicou José Gomes Temporão ministro da Saúde, com o PMDB de “barriga de aluguel”, e não abre mão de apontar o substituto. Na conversa com Dilma, Sergio Cabral disse pensar em seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, para o cargo de ministro da Saúde. Só isso. Após a conversa com Dilma, Sergio Cabral logo anunciou que Sérgio Côrtes havia sido convidado. Uma jogada para abortar outras opções. (CLÁUDIO HUMBERTO)

PMDB NA CÂMARA REIVINDICA DUAS VAGAS NO GOVERNO DILMA
Deputados do PMDB assinaram um manifesto pedindo que a bancada seja representada com dois ministérios no governo de Dilma Rousseff (PT). O documento, apresentado pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), diz que a legenda tem que ser consultada antes das definições dos novos nomes. Quintão afirma que o PMDB não vai aceitar que os demais ministérios sejam “empurrados” para a sigla. “Eles precisam discutir e debater com a gente. Exigimos dois representantes no governo”. (Folha)

PETISTAS BUSCAM FÓRMULA PARA DETER “BLOCÃO” NA CÂMARA
O PT deflagrou um movimento para tentar impedir a formação de blocos parlamentares na Câmara a fim de facilitar as negociações da futura presidente, Dilma Rousseff, no Congresso e se manter como a maior força na disputa com o PMDB por espaços na Casa. O PT já avisou a cúpula do PMDB que assinará o acordo pelo qual dividirão o comando da Casa nos próximos quatro anos, mas quer o fim do “blocão”. O PMDB tem reiterado a disposição de formalizar um bloco com PR, PTB, PP e PSC, para reunir 202 deputados. O megabloco, com 55 deputados a menos do que a maioria absoluta da Casa, poderá deixar Dilma refém do interesse desses partidos. Para o governo, é mais fácil aparar arestas com cada partido do que negociar com a quase maioria da Casa para aprovar projetos e as reformas constitucionais. O “blocão” atrapalha também as pretensões do PT. O partido ficaria isolado e sem o poder de escolher presidências de comissões importantes na Casa. (Agência Estado)

DILMA OFERECE QUATRO PASTAS AO PMDB, QUE RECUSA
O PMDB recusou ontem a primeira proposta da presidente eleita, Dilma Rousseff, de participação do partido em seu ministério. Ela ofereceu quatro pastas, mas numa configuração que não agradou aos peemedebistas. O partido quer que Dilma ofereça mais uma pasta ou mude os nomes negociados. O tema deveria ser discutido ainda ontem à noite. A presidente eleita propôs ao PMDB manter o comando dos ministérios da Agricultura, de Minas e Energia e da Saúde e assumir o controle da pasta das Cidades. Nos dois primeiros, os nomes postos na mesa agradam ambos os lados: Wagner Rossi (Agricultura) e Edison Lobão (Minas e Energia) –nas cotas do vice-presidente eleito, Michel Temer, e do presidente do Senado, José Sarney, respectivamente. (Folha)

Um comentário:

  1. O futuro governo deverá deixar pelo caminho quantidade explosiva de insatisfeitos e ressentidos por terem sido deixados de fora da arca de Dilma. O fogo amigo já virá em alta temperatura no começo de 2011 (sobretudo porque as eleições municipais já se avizinham), prometendo fazer desbotar rapidamente a foto oficial do primeiro ministério da presidente eleita.

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