PÂNTANO
Renata Lo Prete, Folha de S. Paulo
Ao demitir toda a cúpula da Polícia Civil na esteira do vazamento de informações da operação que apura irregularidades em repasses do Esporte, o ex-ministro e atual governador Agnelo Queiroz (PT) fez acender luz amarela na turbulenta cena política do Distrito Federal. Alguns sinais de instabilidade lembram a época do governo interino que se seguiu ao afastamento de José Roberto Arruda (DEM).
Segundo relatos de quem acompanha o dia-a-dia da administração Agnelo, aos 11 meses de vida ela já apresenta evidentes sinais de paralisia.
BZ- A coisa em Brasília tá feia. Vamos ver os resultados
MIGUEL, O FRAUDADOR
Um dos coordenadores do esquema Agnelo Queiroz no Esporte, Miguel Santos Souza é especialista em criar empresas fantasmas e ONGs fajutas para desviar dinheiro público. Ele atuou em cinco ministérios, na Câmara, no Exército e até no STF
Claudio Dantas Sequeira, ISTOÉ
Ao montar o esquema que drenou milhões do Ministério do Esporte para os cofres do PCdoB, o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), recorreu a um especialista. Trata-se do comerciante maranhense Miguel Santos Souza, 56 anos, uma espécie de empresário do setor de fraudes, muito requisitado em Brasília.
Homem assíduo de gabinetes de ministros e parlamentares e visto com regularidade em licitações públicas na Esplanada, Miguel opera há mais de dez anos uma verdadeira fábrica de empresas laranjas usadas em contratos e convênios com o governo.
ISTOÉ descobriu que várias dessas empresas, mesmo incluídas na lista negra de fornecedores da União, conseguiram entrar em pelo menos cinco ministérios comandados pelo PT e base aliada. Também abocanharam contratos no STF, na Câmara e no Exército.
Miguel operou até para o ex-governador do DF José Roberto Arruda, que foi obrigado a renunciar no ano passado depois de ser flagrado em vídeo recebendo propina. Miguel e Arruda são réus num processo que corre na Justiça de Goiás.
Documentos em poder do Ministério Público, obtidos por ISTOÉ, revelam que o atual operador de Agnelo fraudou convênio com o Incra e repassou parte do dinheiro para o caixa 2 da campanha de Arruda a deputado federal em 2002.
EMPRESAS DO EX-SENADOR LUIZ ESTEVÃO PAGAM PARCELAS MÓDICAS À UNIÃO
Martha Beck, O Globo
Uma manobra jurídica vem permitindo que três das maiores empresas do ex-senador cassado Luiz Estevão (PMDB-DF) paguem prestações de R$ 200 por mês aos cofres públicos, embora tenham dívidas tributárias que somam mais de R$ 800 milhões.
Segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Estevão conseguiu inscrever as empresas Saenco, Grupo OK Construções e Incorporações e Grupo OK Construções e Empreendimentos no programa de parcelamento especial da Receita Federal (Paes) - que permite aos contribuintes pagar débitos atrasados em condições mais favoráveis - como sendo de pequeno porte.
BZ-O "empresário" foi o maior parceiro do Juiz Lalau, num rombo de mais de 200 milhões, durante a construção da sede da Justiça do Trabalho em São Paulo.
PANAMERICANO DISFARÇOU DOAÇÕES PARA LULA EM 2006
Flávio Ferreira, Julio Wiziack e Toni Sciarretta, Folha de São Paulo
Empresas controladas por executivos do banco repassaram R$ 500 mil ao PT. Partido contabilizou regularmente o dinheiro, que ajudou a pagar dívidas da campanha da reeleição
O banco PanAmericano doou R$ 500 mil para a campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, e usou empresas de dirigentes da instituição financeira para disfarçar a origem das contribuições.
As doações foram feitas em dezembro de 2006, quase um mês depois do encerramento da campanha. Lula já estava reeleito, mas o PT saíra da eleição com dívidas de quase R$ 10 milhões.
BZ-Só para lembrar, Silvio Santos, então dono no banco Panamericano, conseguiu um empréstimo do Banco Central de quase 2 bilhões de reais, a juros zero, poucos meses antes da eleição.
MINISTÉRIO DO TRABALHO, A MANDO DE LUPI, COBRARIA PROPINA A ONGS, DIZ VEJA
Uma reportagem da revista Veja desta semana aponta a existência de um novo esquema entre ONGs e membros do governo federal, desta vez na área comandada pelo PDT, o Ministério do Trabalho. De acordo com a matéria, caciques do partido, comandados pelo próprio titular, Carlos Lupi – presidente nacional pedetista –, teriam transformado órgãos de controle da pasta em instrumentos de extorsão. Diretores das organizações conveniadas acusam o ministério de contratar entidades para dar cursos de capacitação profissional e, depois de criar dificuldades, assessores exigiriam propinas de 5% a 15% para resolver as pendências. Uma das “vítimas” do suposto golpe seria o Instituto Êpa, do Rio Grande do Norte, que desenvolvia ações com trabalhadores do Vale do Açu. Em dezembro de 2010, a pasta teria determinado a realização de três fiscalizações no contrato e o corte nos repasses. Para sanar o problema, os dirigentes da instituição teriam sido conclamados a pagar uma “tarifa” ao deputado federal Weverton Rocha, então assessor especial de Lupi, ou ao coordenador-geral de qualificação Anderson Alexandre dos Santos. Os dois respondiam a Marcelo Panella, à época chefe de gabinete do ministério, homem de confiança do ministro e tesoureiro do PDT, demitido em agosto, a mando da Casa Civil. Conforme a Veja, caberia a Anderson fazer o contato inicial e a Weverton fixar os valores da propina. Outra ONG, a Oxigênio, do Rio de Janeiro, teria admitido realizar um depósito de R$ 50 mil para resolver as “pendências” criadas pelo aliados de Lupi. O esquema, segundo a publicação, é monitorado pelo Palácio do Planalto.
DENÚNCIA DE PROPINA LEVA LUPI A AFASTAR ASSESSOR
Vannildo Mendes/ Vera Rosa/ESTADÃO BRASÍLIA
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, determinou neste sábado, 5, afastamento do assessor especial Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de Qualificação, acusado de ser operador do esquema de achaque a ONGs que tinham contrato com a pasta, conforme denúncia publicada na revista Veja desta semana.
Por meio de nota, Lupi disse que “não compactua com nenhum tipo de desvio de recursos públicos” e mandou abrir sindicância para apurar as irregularidades. Segundo a reportagem, caciques do PDT, liderados por Lupi, teriam transformado os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão.
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