domingo, 27 de novembro de 2011

ESCANDALÔMETRO

27/11/2011

ASSESSORES DE LUPI PEDEM PROPINA PARA REALIZAR REGISTRO SINDICAL
A edição de Veja que chega às bancas neste sábado (26) denuncia mais uma suposta irregularidade na pasta no ministro Carlos Lupi (Trabalho). Quem relata o caso é o mecânico Irmar Silva Batista, que tentou criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sirvesp). Em 2008, o então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, o apresentou a um assessor, Eudes Carneiro, que lhe pediu 1 milhão de reais para liberar o registro. Irmar se recusou a pagar e o registro não saiu até hoje. Em fevereiro deste ano, Irmar enviou por e-mail uma carta para a presidenta Dilma Rousseff e para o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O Palácio do Planalto acusou o recebimento da carta em 9 de março, mas informou que o trecho que narrava a denúncia, estranhamente, teria chegado cortado na mensagem recebida. Ouvidos por Veja, todos os citados por Irmar Batista negaram o pedido de propina. Em entrevista à reportagem, Irmar Batista contou que no fim de 2008 foi a Brasília reclamar da demora para registrar o sindicato. "Procurei o Medeiros (Luiz Antonio de Medeiros, então secretário de Relação do Trabalho), que me levou a uma sala ao lado e disse: O que o Eudes acertar, está acertado. Então ficamos a sós com o Eudes Carneiro (assessor do ministério). Antes da reunião, o Eudes mandou a gente desligar os celulares. Sentamos à mesa e veio a proposta indecente: eles pediram 1 milhão de reais para liberar o registro do sindicato". Ainda segundo ele, "vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer. Há outros sindicatos que também foram vítimas disso que aceitaram pagar propina", afirma. (CLÁUDIO HUMBERTO)


NOVA DENÚNCIA FAZ OPOSIÇÃO COBRAR SAÍDA IMEDIATA DE LUPI
Andreza Matais e Felipe Seligman, Folha.com
Líderes da oposição cobraram no sábado da presidente Dilma Rousseff a demissão do ministro Carlos Lupi (Trabalho) após a revelação de que ele foi durante cerca de seis anos funcionário fantasma da Câmara dos Deputados.
A avaliação é que o fato atinge diretamente o ministro ao envolvê-lo numa atitude questionável eticamente.
A Folha revelou na sua edição de sábado que o ministro foi funcionário da Câmara de 2000 a 2006, lotado na liderança do PDT como assessor técnico.
Nesse período ele foi vice e presidente nacional do partido e, segundo relatos de deputados, ex-deputados e assessores exerciam funções exclusivamente partidárias.


ANALISTA DO MINISTÉRIO DAS CIDADES RELATA A PRESSÃO PARA MUDAR PARECER DE OBRA DA COPA
Leandro Colon, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Em entrevista exclusiva ao Estado, o analista técnico do Ministério das Cidades Higor Guerra confirmou, pela primeira vez, a pressão que sofreu para adulterar o processo que trata da implantação de sistema de transporte público em Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014. Ele disse que a operação fraudulenta começou após o Ministério Público de Mato Grosso pedir os documentos e a Controladoria-Geral da União (CGU) emitir parecer contrário à obra. "Sim, houve uma fraude", disse ele na conversa gravada. tos
O funcionário também entregou à reportagem o depoimento que prestou na sexta-feira ao Ministério Público Federal. Ele deu detalhes da operação - revelada pelo Estado na quinta-feira - que escondeu sua nota técnica de 8 de agosto, de número 123/2011, contrária ao projeto de R$ 1,2 bilhão para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que substituiu o BRT (linha rápida de ônibus). O projeto do BRT custava R$ 489 milhões. A fraude foi feita para cumprir o acordo político do governo federal com o governo de Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB), a favor do VLT.

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