O Globo
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, recebeu comunicados de movimentações atípicas de R$ 687,5 milhões nas contas bancárias da Delta Construções. As transações se referem aos últimos dez anos, a partir de 2003, e envolvem contas em 11 bancos, com movimentações em pelo menos 20 agências, a maioria no Rio de Janeiro, sede da empresa.
Os comunicados ao Coaf não apontam ilegalidades, mas transações bancárias atípicas que, pela lei de lavagem de dinheiro, precisam ser informadas ao conselho constituído para investigar suspeitas dessa prática criminosa. O relatório referente à Delta, assinado pelo presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, foi remetido à CPI no início da semana. Nesta quarta-feira, o dono da empreiteira, Fernando Cavendish (foto abaixo), compareceu à comissão e optou pelo silêncio.
O ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, utilizou o habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer em silêncio na reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Carlinhos Cachoeira. Com isso, empresário foi dispensado pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e deixou o local onde o grupo se reuniu. Antes da dispensa, no entanto, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) pediu que Cavendish explicasse a afirmação de que "com R$ 30 milhões compraria um senador". O empresário se negou a responder e disse que se manifestará na "ocasião oportuna". A convocação do empresário que elevou a Delta ao patamar de uma das principais construtoras do país, maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em vários estados, foi pedida em 11 requerimentos assinados por 14 parlamentares.
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