06/07/2015
PRISÕES PREVENTIVAS: NADA A VER COM AS DELAÇÕES, DIZEM JURISTAS
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De acordo com a Justiça Federal do Paraná, neste momento da operação Lava Jato há 27 réus presos em regime fechado.
Para os críticos da operação, não há motivos para mantê-los atrás das grades. Segundo eles, trata-se apenas de uma forma de coagi-los a colaborar com as investigações.
Para usar uma palavra que tira o sono dos acusados, transformá-los em "delatores".
A tese, no entanto, não se ampara na prática. O mais bombástico dos delatores recentes, Ricardo Pessoa, firmou o seu acordo apenas duas semanas depois de ter sido liberado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal - ou seja, tomou a decisão no conforto de sua casa.
Miguel Reale Junior, Carlos Velloso e Fabio Medina Osório consideram as medidas cautelares corretas e bem fundamentadas. Por: Mariana Barros/Veja
BZ-Os advogados dos presos podem dizer o que quiser, mas dos mais de 300 “ habbeas corpus” impetrados a favor desses presos, apenas 3 foram acatados pelo ministro Teori Zavascki. E olhe que esses presos, tem os melhores e mais caros advogados do país. Isso comprova a lisura com que o juiz Sérgio Moro vem conduzindo o assunto.
ZELADA É ELO PARA APURAR ESQUEMA NA PETROBRAS
A prisão do ex-diretor de Internacional da Petrobrás Jorge Zelada, na 15ª fase da Operação Lava Jato, reforça os indícios de que o esquema de corrupção envolvendo obras de refinarias da estatal foi reproduzido em contratos de plataformas, embarcações e navios-sonda – mercado aquecido a partir de 2007 após a descoberta do pré-sal.
Dois novos personagens dessa frente de apuração são Hamylton Padilha e Raul Schmidt, investigados pela força-tarefa da Lava Jato como elos da propina paga a Zelada.
Ambos foram representantes de empresas internacionais contratadas pela Petrobrás e podem estar envolvidos com a fortuna de 11 milhões de Zelada descoberta em contas secretas no exterior. Hamylton Padilha é apontado como representante de empresas internacionais no Brasil vencedoras de dois contratos da Diretoria de Internacional, em 2008 e 2009.
Raul Schmidt é ex-diretor de uma subsidiária da Petrobrás e sócio de Zelada. Único preso na mais recente fase da Lava Jato, Zelada é suspeito de ter dado continuidade entre 2008 e 2012 ao esquema de cobrança de propinas na área de Internacional – ele sucedeu a Nestor Cerveró, que está preso e é réu na Lava Jato sob acusação de corrupção passiva e lavagem – ele é suspeito de ter recebido US$ 30 milhões em propina em contratos de dois navios-sonda, em 2006 e 2007. Estadão
POLÍCIA FEDERAL ADVERTE: LAVA JATO NÃO VAI POUPAR LULA NEM DILMA.
Discreto e de poucas palavras, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello(foto), saiu do quase anonimato e disse ao Estado que, mesmo que as investigações cheguem perto da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e de suas campanhas, isso não muda nada na Lava Jato e ninguém estará livre de ser investigado: “Nós investigamos fatos, não pessoas.
Aonde os fatos vão chegar é consequência da investigação, doa a quem doer”.
Gaúcho de 49 anos, no cargo desde 2011, ele usou três vezes a mesma expressão, “doa a quem doer”, para dizer que a PF é uma instituição independente, que trabalha dentro da lei e com regras consolidadas de conduta, e que isso e as investigações vão continuar com “o ministro José Eduardo Cardozo na Justiça ou não, com o Daiello na PF ou não”. (Estadão)
BZ-Há muito tempo em que a Polícia Federal vem fazendo um excelente trabalho.
CORRUPÇÃO TURBINA INDÚSTRIA BILIONÁRIA DE LAVAGEM DE DINHEIRO NO PAÍS
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O volume de recursos públicos desviados no País fez surgir uma sofisticada indústria de lavagem de dinheiro a serviço de políticos, empresários e servidores públicos.
A lavanderia brasileira tem hoje estrutura profissional, com métodos cada vez mais difíceis de serem descobertos.
Na avaliação de investigadores, os crimes contra a administração pública direcionam mais recursos sujos para a lavagem que o tráfico de drogas – que tradicionalmente movimenta somas expressivas e sempre desafiou as autoridades de combate a ilícitos.
Só nos inquéritos em curso a Polícia Federal apura, atualmente, desvios de R$ 43 bilhões dos cofres da União. Desse total, R$ 19 bilhões se referem às perdas da Petrobrás investigadas na Operação Lava Jato. Andreza Matais e Fábio Fabrini, O Estado de S. Paulo BZ-É a corrupção se alimentando dela própria.
LAVA JATO JÁ ALTEROU CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PESADA
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Construção da Usina de Belo Monte |
Mesmo que ao fim e ao cabo não haja qualquer condenação pelas práticas de corrupção apuradas na Lava Jato, a operação deflagrada no ano passado já alterou completamente o cenário da construção pesada no País.
Todas as empreiteiras mais atuantes tiveram executivos presos e foram envolvidas nas investigações, afetando seus negócios e seus créditos.
Um efeito imediato das prisões foi o rebaixamento das notas de crédito. Mesmo empresas com caixa robusto como a Odebrecht, que hoje e é a única empreiteira com o chamado grau de investimento, foram afetadas.
A Andrade Gutierrez perdeu seu status de baixo risco na semana passada pela agência de classificação Fitch. Isto vai significar que todas vão pagar mais caro em novas dívidas.
O diretor da Fitch Ratings, Ricardo Carvalho, diz que os rebaixamentos de nota refletem as prisões dos executivos, mas ressalta que há incertezas em relação a essas empresas.
Quais serão as multas aplicadas às empresas (várias já admitiram irregularidade)? Serão consideradas inidôneas?
Vão conseguir novos contratos para gerar receita e equilibrar caixa? Além disso, a Lava Jato mudou completamente o cenário da concorrência.
De um lado, a expectativa é que acabe a hegemonia das três grandes empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht.
Protagonista em grandes disputas para construção de hidrelétricas, quando derrubou a Odebrecht para levar a usina de Jirau, em construção em Rondônia, a Camargo aos poucos está deixando o setor.
Odebrecht e Andrade devem seguir com grandes portfólios, mas manter o foco em atuação no exterior. Estadão
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