23/06/2017
Temer e Putin, desfrutando o luxo dos palácios russos dos tempos dos Tzares. |
Ao deixar Moscou, Michel Temer limitou-se a uma breve declaração quando abordado: “A visita foi um sucesso”. Mas a realidade não parece ser tão otimista. Além de não ter firmado nenhum acordo relevante com a Rússia, a viagem foi uma coleção de lambanças.
A começar pelo embarque: a equipe do presidente errou o nome na agenda oficial do país que visitaria, conforme divulgado pelo Radar.
Ao chegar em Moscou, foi recebido no aeroporto pelo vice-ministro de Relações Exteriores russo, cargo de segundo escalão por lá, e pelo embaixador do Brasil na Rússia. Recepção pouco calorosa ao presidente brasileiro, que só foi se encontrar com Vladimir Putin no dia seguinte a sua chegada.
Em uma solenidade protocolar, de deposição de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, alguém, do outro lado da cerca, gritou um sonoro “Fora, Temer”, causando certo constrangimento.
E as lambanças não param por aí. Durante a assinatura de atos de cooperação Rússia-Brasil no Kremlin, Temer disse a Putin algo que não parece condizer com a realidade. O presidente acredita que “a cultura russa está muito presente na sociedade brasileira” e que “Dostoiévski e Tchaikóvski fazem parte do nosso próprio panorama cultural”.
Como se não bastasse, no dia de sua chegada, a embaixada brasileira em Moscou organizou um coquetel para Temer. Apenas metade das pessoas convidadas compareceu. No esvaziado evento, como um aluno recém chegado a um colégio novo, Temer tentava se enturmar, se aproximar das rodinhas. Por Pedro Carvalho/VEJA
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