13/12/2017
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou que teme alguma manobra de políticos ainda neste ano contra o combate à corrupção no País.
Sem citar especificamente sobre qual tentativa estava se referindo, ele afirmou que políticos podem aprovar alguma lei “entre um Jingle Bells e uma rabanada”.
“Nós estamos nos aproximando agora do final do ano.
É possível que entre o dia 25, entre um Jingle Bells e uma rabanada, aprove-se alguma lei”, afirmou o magistrado durante entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, exibida na madrugada desta quarta-feira, 13.
Ele afirmou que o senso de autopreservação dos políticos coloca o Brasil sob o risco de se aprovar leis para impedir o avanço de investigações.
Mais uma vez, o juiz declarou ser contra o foro privilegiado.
“Eu tenho a impressão que algumas pessoas estão se valendo do foro privilegiado para esconder alguns desvios graves de condutas”, disse.
Para ele, políticos estão se aproveitando da prerrogativa com a lentidão nos tribunais.
Durante a entrevista, Marcelo Bretas reforçou que seu trabalho está pautado na análise técnica dos processos, e não em inclinação política.
“Às vezes se diz que o Judiciário está perseguindo os políticos, isso não é verdade. Nós não perseguimos, mas também não protegemos”, afirmou.
Responsável pela ordem de prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e por duas das sentenças que, no total, condenaram o político a seis décadas de pena, Bretas declarou que o trabalho da Justiça que vem “dando certo” não é prender e condenar.
“O trabalho é esclarecer”, disse. Ele destacou ainda que “juiz não é político” e que não tem nenhuma aspiração na vida política.
Sobre o trabalho da Operação Lava Jato, o juiz afirmou que não consegue ver um final dos processos que tem se replicado no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo.
E ainda falou que o trabalho só vai ter valido a pena se a população “tiver o cuidado de escolher bons profissionais” nas eleições de 2018. Estadão
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