Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta quarta (2), na mensagem do governo ao Congresso Nacional, o compromisso que havia assumido no discurso de posse: o de erradicar a miséria. Ela conclamou os governantes municipais e estaduais a se unirem em um "pacto de avanço social" para eliminar a miséria. Mas ressalvou que a missão não se restringe ao governo. "É uma missão de todos os brasileiros", afirmou .
Reabriu-se a temporada de caça às poltronas do segundo escalão do governo. Voltou à alça de mira do PMDB uma estatal eletrificada pela suspeição: Furnas.
O partido do vice-presidente Michel Temer decidiu testar os limites da paciência da presidente Dilma Rousseff.
Na semana passada, Dilma havia informado a Temer que o PMDB do Rio seria desalojado de Furnas. A coisa ficou, porém, no gogó.
No início da noite desta quarta (2), foi ao Planalto o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que acaba de ser reconduzido à liderança do PMDB na Câmara.
Henrique dirigiu-se à Casa Civil, entreposto que faz a triagem das encrencas antes que elas cheguem ao gabinete de Dilma.
Em português claro: na visão da legenda de Temer, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve conservar o título de xerife de Furnas.
Eduardo Cunha, cuja fonte de poder é um mistério, manda e, sobretudo, desmanda em Furnas desde a gestão Lula. Sob Dilma, foi alvejado por um dossiê do PT.
O papelório foi levado ao Planalto pelo grão-petê Jorge Bittar, atual secretário de Habitação da prefeitura do Rio. Empilha malfeitos praticados em Furnas.
Gerson Camarotti, Adriana Vasconcelos e Cristiane Jungblut/O GLOBO
BRASÍLIA - Com a retomada das articulações para nomeação dos cobiçados cargos do segundo escalão, a mudança do comando de Furnas virou nesta quarta-feira o principal problema do governo por causa do impasse entre PT e PMDB. Os peemedebistas ameaçaram entregar todos os cargos caso a bancada do Rio de Janeiro perdesse o comando de Furnas. Mas segundo interlocutores próximos, a presidente Dilma Rousseff já avisou que não vai aceitar uma indicação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não só para Furnas, mas também para todos os cargos do setor elétrico.
Líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Teixeira (SP) agora conhece o jeito duro de ser da presidenta Dilma. Ele se achou poderoso com a vitória de Marco Maia (PT-RS) para presidir a Câmara e ameaçou vetar a recondução de Cândido Vaccarezza (PT-SP) ao posto de Líder do Governo. A reação dela: “Eleja-se presidente da República e ganhe o direito de escolher o líder do governo”. Depois, chamou Vaccarezza. Dilma convidou Vacarezza – por telefone – para ser Líder do Governo, tão logo foi proclamada a vitória de Marco Maia, na noite de terça (1º).(CLÁUDIO HUMBERTO)
BZ-Uma vez mais a presidente Dilma repete a máxima: "rapadura é doce, mas não é mole".
MINISTRO DO ESPORTE ESTÁ NA MARCA DO PÊNALTI
A cabeça do ministro Orlando Silva (Esporte) está na marca do pênalti. Ele sabe que sua presença no governo não agrada a presidenta Dilma, que só o recebeu ontem após muita insistência do PCdoB, partido dele. Alem disso, Dilma convidou o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para o posto de Autoridade Pública Olímpica, pretendido por Orlando Silva. Mas o ministro se agarra ao cargo como carrapato.
Exigência do COI. Uma Autoridade Pública Olímpica que represente o governo anfitrião das Olimpíadas é uma exigência do Comitê Olímpico Internacional.
Daqui não saio. Dilma pediu ao PCdoB outra pessoa para o Ministério do Esporte, mas o partido insistiu em Orlando Silva. Ela engoliu, mas não se conforma.
Nem te ligo. No despacho com Dilma, Orlando Silva falou, falou, insistiu em ficar com a Autoridade Pública Olímpica, mas ela fez voto de silêncio.
Corte a Rebelo. Confirmada a saída de Orlando Silva, o PCdoB deve ser compensado com o convite ao deputado Aldo Rebelo (SP) para o primeiro escalão. (CLÁUDIO HUMBERTO)
BZ-Sob o comando da APO-Autoridade Pública Olímpica, vão estar os bilhões de reais destinados às obras demandadas pelos Jogos Olímpicos de 2016. Essa é a verdadeira razão da "briga".
PARA TUCANOS, FALTOU COMPROMISSO CONCRETO DE DILMA
Lideranças tucanas reclamaram da falta de compromissos concretos no discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura dos trabalhos legislativos na tarde desta quarta-feira, 2, em Brasília. Para eles, o discurso foi vazio e somente trouxe “intenções”. “É um belo conjunto de boas intenções, não muito diferente do que o presidente Lula fez há oito anos. Ouvi com respeito, mas vou guardar meus aplausos quando estas promessas se transformarem em ações, sobretudo em relação às reformas”, afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG). (Leia mais no Estadão)
A Presidenta e o ‘novo Congresso’
ResponderExcluirAnalisando o desempenho da Presidenta Dilma no seu 1º mês de governo, vejo como uma boa herança do governo Lula a própria Senhora Dilma Rousseff. Estou gostando muito de seu estilo, responsável, tecnizante, imparcial e franco. A indicação do ministro Luiz Fux atende aos critérios preconizados na Constituição Federal. Outros cuidados excepcionais ela vem tomando, com vistas a melhorar a imagem do Brasil, sobretudo em sua política externa, que não foi bem conduzida no governo anterior. Muitos comentaristas ou especialistas em política afirmavam que o PMDB iria tomar conta do novo governo. Mas tal fato nem vem ocorrendo, pelo contrário, a Presidente Dilma já deu um “chega pra lá” nos peemedebistas sanguessugas. Ela tem tudo para fazer um governo maravilhoso, com a erradicação da miséria e a melhoria da infraestrutura da economia brasileira que gera desenvolvimento, emprego e renda.
Não vejo como “um ponto fraco” em sua biografia o fato dela não ser “Político Profissional”. Vejo-a como uma “grande Executiva de empresa”, que produz muito, com inteligência e tirocínio, e ainda vai surpreender ‘meio mundo’ com o desenvolvimento de nosso país. Espero que ela acabe com algumas mazelas criadas no governo anterior, como o sistema de cotas, e crie no Brasil a “cota do caráter”. Por falar nisso, esperamos do “novo Congresso” que assumiu, seja menos dispendioso do que o “Congresso anterior”, que gastava R$ 11.545,00 por minuto. Que o político brasileiro olhe mais para seu próprio umbigo gordo e corte nos gastos, quando necessário, procedimento muito comum numa empresa privada.
Toda democracia precisa de um Congresso sério, atuante, respeitado, consequente. Os custos são altos ou baixos, dependendo do que a sociedade recebe em troca. Alguém lembra quando o Sr. Lula, ainda na oposição, disse que havia 300 picaretas no Congresso? É recesso demais, escândalo demais, briguinha demais, quebra de decoro demais, quorum insuficiente demais, sem oposição atuante, Deputado se lixando para a opinião pública, além de falta de foco em incontáveis debates. A 8ª economia do mundo não pode ter uma educação semelhante a do Zimbábue. Um país recordista em tributação não pode extrair, de cada cheque dos brasileiros, um ‘pingo de sangue’ para consertar a saúde, cuja solução é tecnicamente de Gestão, de gerenciamento administrativo. Apesar de tudo, boa sorte a todos. Vamos torcer para que este novo Congresso consiga acompanhar o pique da Presidenta Dilma, que já mostrou a que veio.
Coisas da coxia
ResponderExcluirA presidente Dilma tinha razões para levar pessoalmente sua mensagem ao Congresso, mas a ovação que recebeu dos parlamentares não aplacou o que acontece em torno do palco. Furnas e todo o setor elétrico continuam sendo o centro de uma disputa da qual sai cada vez mais faíscas. Destaca "O Globo" que, ontem, os peemedebistas ameaçaram entregar todos os cargos caso a bancada do Rio deixasse a negociação pelos cargos do segundo escalão sem o comando de Furnas. De outro lado, Dilma já mandou avisar que não aceitará indicações do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que por sua vez ameaça sair do Twitter para alguma revista semanal. Se no palco do Congresso não faltaram aplausos, na coxia todos estão a se esbarrar.