A presidente Dilma Rousseff está mais vacinada para o vírus das pressões políticas, especialmente dos partidos, do que muitos presidentes que se permitiram agir em conformidade com os caciques das legendas, a exemplo do seu antecessor. Lula foi e é, aliás, um exemplo atípico porque o seu nome superava à distância as siglas partidárias, especialmente a sua, o PT. Daí porque, colocando-se acima, ele se permitia negociar commais facilidade e até não parecia levar em grande consideração questões de ordem ética, como em outros tempos cultivava, a exemplo de quando revelou ao País que a Câmara era freqüentada por 300 picaretas. E ao colocarem moda o termo “maracutaia”, largamente usado depois dele. (BN)
Eliane Oliveira, O Globo
Não há área em que seja mais visível a diferença entre os governos Dilma Rousseff e o antecessor Luiz Inácio Lula da Silva do que a da política externa brasileira.
A cara da presidente Dilma mostra uma elevação do tom e uma posição intransigente na defesa dos direitos humanos. O novo governo também demonstra buscar uma outra forma de relação com a China e também com os Estados Unidos.
No primeiro caso, prepara medidas concretas e agressivas para resistir à invasão dos produtos chineses no mercado brasileiro e no segundo uma reaproximação.
No Itamaraty, afirmam diplomatas, estão sendo sentidos novos ares.
Mudança, dizem integrantes do novo governo, é uma definição forte demais para o jargão da diplomacia brasileira. "Calibragem" é como preferem chamar o novo tom da política externa brasileira.
Preocupados em não melindrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as novas diretrizes do governo, alegam que não só na área externa do governo, mas em outras também, a grande diferença é de estilo e não de política.
Em carta recém-entregue à presidente Dilma Rousseff, a advogada iraniana Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz de 2003, pede que o Brasil vote a favor de resoluções nas Nações Unidas que condenem violações dos direitos humanos no Irã. Desde 2004, o país se absteve nas moções contra o Irã votadas na 3ª Comissão da Assembleia Geral da ONU. Ainda não há resposta oficial de Dilma à carta. Ebadi, que vem ao Brasil em junho, se diz “muito feliz” com a eleição de uma mulher à Presidência. Ela descreve a situação das mulheres no Irã, contrastando sua presença em várias áreas com as leis que reduzem seus direitos em relação aos dos homens. A Nobel fala de “crise” dos direitos humanos no país e cita aumento da aplicação da pena de morte e punições como amputação e lapidação. Afirma que o caso de Sakineh Ashtiani, cuja condenação à morte por apedrejamento foi criticada por Dilma, não é isolado. Leia mais na Folha.
Com quilos a mais na balança depois da campanha e da montagem ministerial, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o primeiro mês no cargo para tentar recuperar a silhueta pré-eleitoral. A presidente aderiu agora a uma dieta rígida em que corta o consumo de carboidratos –estratégia que seu antecessor usava quando precisava enxugar medidas. Segundo assessores, ela já perdeu quatro quilos. A mais famosa dieta de restrição total de carboidratos é a de South Beach, desenvolvida por um cardiologista da Flórida. Na primeira fase, aconselha a eliminação de frutas do cardápio, além de todas as massas e pães. Dilma, entretanto, não tem sido tão radical, segundo pessoas próximas. Mas, nos almoços do Palácio do Planalto, se limita a carnes, legumes e saladas. Na Granja do Torto, residência oficial, ela tenta potencializar o efeito da dieta com caminhadas matinais e exercícios com pesos. A diferença já pode ser notada por quem presenciou suas últimas aparições. (Folha)
A falta de vergonha no Itamaraty petralha
ResponderExcluirAs representações diplomáticas de qualquer país civilizado do mundo, tratam seus patrícios com o maior respeito e atendem com presteza aqueles que delas necessitam. As nossas representações diplomáticas agem ao contrário de todas as outras. Ignoram com a maior desfaçatez os cidadãos brasileiros que pedem sua ajuda, como acontece agora no Egito onde jornalistas foram humilhados e quase presos pelas forças de repressão sem que o Itamaraty petralha tenha se manifestado em seu benefício. Essa corja de barbudinhos é célere quando se trata de fornecer passaportes diplomáticos a quem não tem direito, mas quando se trata de ajudar e acolher os brasileiros em perigo ou em situações calamitosas ele não movem uma palha. O Chile e Portugal, deram o exemplo a essa corja sem vergonha do Itamaray.