A revista IstoÉ que chegou ontem às bancas traz entrevista com o auxiliar administrativo Michael Alexandre Vieira da Silva, acusando o atual governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, do PT, de ser o verdadeiro “chefe” do esquema de desvio de recursos na pasta. Silva, diz a IstoÉ, foi a principal testemunha da Operação Shaolin, deflagrada no ano passado pela Polícia Civil no DF. O auxiliar trabalhou nas ONGs comandadas pelo policial João Dias Ferreira, pivô do escândalo de desvio de verbas no ministério, e por um bom tempo esteve a serviço do esquema. Na entrevista, Silva diz, por exemplo, que sacou R$ 150 mil para serem entregues ao então ministro Agnelo. Ele tomara conhecimento de entregas de dinheiro e liberação de convênios por meio de Luiz Carlos de Medeiros, ongueiro e amigo do governador. “Medeiros falava demais…Sempre comentava que estava cansado de dar dinheiro a Agnelo”, disse o auxiliar administrativo, que trabalhou no Instituto Novo Horizonte. Leia mais no site da revista Istoé.
O mapa de repasses do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, revela que o ministro Orlando Silva alimentou com verbas federais a rede de militantes que, nos últimos anos, o PC do B instalou em postos-chave do nicho esportivo no setor público. Nos últimos dois anos, prefeituras e secretarias municipais de Esporte controladas pelo partido estiveram entre as maiores beneficiadas por recursos do Segundo Tempo, criado para promover atividades físicas entre estudantes. A presença de comunistas nas duas pontas do “esporteduto” não é casual: mesmo antes de fincar bandeira na Esplanada dos Ministérios, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o partido havia estabelecido como estratégia concentrar no setor esportivo praticamente todas as reivindicações de cargos nas esferas federal, estadual e municipal. Leia mais no Estadão.
Leandro Cólon - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Dezenas de cheques de um convênio do Ministério do Esporte mostram que o descontrole no uso do dinheiro público não atinge só o programa Segundo Tempo. Pelo menos R$ 1,3 milhão do ministério foi parar no ano passado na conta de empresas fantasmas ou sem relação com o produto vendido para o programa Pintando a Cidadania.
Há cheques, por exemplo, de R$ 364 mil, R$ 311 mil, R$ 213 mil, R$ 178 mil, R$ 166 mil e R$ 58 mil. O dono de uma empresa destinatária dos cheques disse ao Estado que desconhece o que foi vendido, alegando ter "arranjado" a nota fiscal para um amigo receber dinheiro do ministério.
A mobilização do PCdoB para não perder o Ministério do Esporte — ao longo da semana o partido acionou as redes sociais, se articulou no Congresso Nacional e até promoveu um ato de desagravo ao ministro Orlando Silva na noite de sexta-feira, no Rio — embute muito mais do que uma disposição republicana de colaborar com o desenvolvimento do setor no país. O partido não quer abdicar de um orçamento de quase R$ 25 bilhões a serem administrados pelo coordenador da Copa do Mundo de 2014, figura centrada no titular da pasta. Com dados atualizados até 14 de outubro, essa é a cifra estimada dos investimentos previstos no PAC Mobilidade Urbana nas obras em portos e aeroportos e no empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção das arenas em que serão disputadas as partidas de futebol. Comparado aos R$ 239 milhões destinados ao longo do primeiro semestre deste ano ao programa Segundo Tempo, principal vitrine do ministério e alvo de investigações na Controladoria-Geral da União (CGU), na Procuradoria-Geral da República (PGR) e na Polícia Federal, o valor destinado ao Mundial é quase 11 vezes maior. Leia mais no Correio Braziliense.
Os pregões eletrônicos no Ministério do Esporte viraram um mistério para o Tribunal de Contas da União. A pasta pagou pelo menos R$ 33 milhões a mais em duas licitações recentes, com sobrepreço de R$ 13 milhões para uma empresa americana e R$ 20 milhões para outra, brasileira. O TCU já abriu cinco processos de investigação contra o ministério somente este ano. Um deles corre em segredo de Justiça.
Tá sobrando...A pasta pagará R$ 80,8 milhões para a Capricórnio Têxtil fabricar camisas e bermudas, R$ 20 milhões a mais que os concorrentes.
BBB caro...Vencedora de outro pregão, a Johnson-Controls/Dex instalará câmeras de vigilância nos estádios de 2014 por R$ 58 milhões.
Top secret...Por critérios “técnicos”, o ministério escolheu a americana Johnson. Uma empresa concorrente brasileira cobrava R$ 13 milhões a menos.
Alô, Orlando...A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal lança na quarta (26) a campanha “Brasil: País rico é País sem corrupção”. (CLÁUDIO HUMBERTO)
EM OITO ANOS, CORRUPÇÃO JÁ COLOCOU NO BOLSO R$ 67 BILHÕES DOS COFRES PÚBLICOS
A Advocacia Geral da União (AGU) já ajuizou ações para cobrar R$ 67,9 bilhões desviados ou mal empregados desde 2003. A cada R$ 100 que escorreram pelo ralo da corrupção, só foram conseguidos reaver, até 2010, R$ 2,34. Um desempenho medíocre, fruto da morosidade dos tribunais e da omissão dos ministérios na análise das prestações de contas de entidades, prefeituras e estados conveniados. O grosso do dinheiro cobrado pela AGU é das chamadas transferências voluntárias, pactuadas por meio de convênios e instrumentos semelhantes. De acordo com o jornal O Globo, de lá para cá, sentenças judiciais garantiram devolução de R$ 1,5 bilhão, ou 2,34% do total. Desse montante, mais de 93% são de convênios. O caminho da recuperação é lento, a começar pelas providências elementares, a cargo dos órgãos federais responsáveis pela liberação.
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