quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ESCANDALÔMETRO

10/11/2011

MINISTRO DE SAÍDA MOSTRA COMO SE CONJUGA O VERBO ‘CORROMPER'
Blog de Augusto Nunes
Por ser dono da banca de jornais de que Leonel Brizola se tornou freguês, Carlos Roberto Lupi virou em 1980 amigo do gaúcho que acabara de voltar do exílio para retomar a carreira política no Rio.
Por ser amigo de Brizola, virou militante do PDT. Por ser homem de confiança do chefe, virou deputado federal, secretário municipal, secretário estadual e, depois da morte do fundador em 2004, presidente do partido.
Por ser presidente do PDT, virou ministro do Trabalho em 29 de março de 2007.
Por ser um bom companheiro da base alugada, virou bandido de estimação. Por ser protegido de Lula, continuou no cargo depois da posse de Dilma Rousseff.
Paulista de Campinas, 51 anos, Lupi não tem espaço na cabeça para alguma coisa que preste ─ só cifrões de origem obscura nascem e crescem em desertos de neurônios.


PAGOU, LEVOU, DANÇOU
Carlos Brickmann
Agora é o ministro do Trabalho, Carlos Luppi - aquele que, se cair e os jornais não noticiarem, ninguém vai notar. E por que ele está lá?
Pelo mesmo motivo que, de repente, o PCdoB virou um celeiro de especialistas em Esporte. Aquele pessoal que lia Mao Tsé-tung, citava o dirigente albanês Enver Hoxha e achava que o esporte era uma perda de tempo agora só pensa em bola rolando. Pelo mesmo motivo, também, que temos um Ministério da Pesca, ocupado por gente que não sabe a diferença entre uma minhoca e um barco.
Na raiz de tudo há uma distorção: boa parte dos políticos desistiu de fazer política. Hoje, seu ramo é a venda de apoio (que pessoas mais objetivas do que este colunista chamariam de chantagem): ou o Governo paga em cargos ou, quando precisar de algo no Congresso, terá de suar sangue e fazer jorrar benesses.


INSTITUTO CREDENCIADO PELO MTE FAZIA SAQUES EM DINHEIRO
A ONG que mais recebeu verbas do Ministério do Trabalho e Emprego sob a gestão do ministro Carlos Lupi (PDT), em Minas Gerais, é investigada por realizar saques suspeitos em dinheiro, às vésperas das eleições de 2010. Em setembro do ano passado, um funcionário do Instituto Mundial de Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC) foi vítima de assalto quando saía de uma agência com R$ 820 mil. Em depoimento à polícia, funcionários do banco disseram ter recebido ligações de dirigentes da entidade pedindo que mentissem sobre o valor sacado, reduzindo-o para R$ 80 mil. Uma gerente informou que os saques de grandes quantias e em dinheiro eram frequentes, apesar de o banco desaconselhar esse tipo de procedimento. A polícia constatou que pelo menos outros dois saques de mesmo vulto foram realizados dias antes pelos funcionários do IMDC, ocasião em que os criminosos também tentaram o assalto, mas sem sucesso. As transações suspeitas levaram o Ministério Público estadual a acionar a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, que, desde o início do ano, investigam a atuação da ONG em Minas e a suspeita de uso da instituição para caixa dois eleitoral. Os inquéritos estão em curso, sob sigilo. (O Globo)


Fachada de prédio residencial em Copacabana,
em endereço informado como sede por
 ONG fantasma contratada pelo Ministério
do Trabalho (Wilton Junior/AE)


TRABALHO CONCEDEU R$ 3,7 MILHÕES A ONG FANTASMA
Selecionada pelo Ministério do Trabalho para oferecer cursos de qualificação para o “arranjo produtivo da indústria do Carnaval”, a Associação dos Artesãos e Produtores Rudimentares do Rio de Janeiro (Aart) não funciona em nenhum dos dois endereços apresentados a órgãos públicos. O convênio foi firmado com a entidade no dia 31 de dezembro de 2009 e totaliza R$ 3,75 milhões. No contrato estabelecido com a pasta dirigida pelo ministro Carlos Lupi, a Aart apresenta como endereço de sua sede um apartamento em um prédio residencial na rua Santa Clara, em Copacabana, na zona sul do Rio. A moradora do imóvel, que pediu para não ter a identidade revelada, disse que mora no local há 11 anos e que nunca ouviu falar sobre a associação. Já o endereço cadastrado pela a Aart na Receita Federal, um casarão na rua Real Grandeza, em Botafogo, também na zona sul da capital fluminense, abriga atualmente o Programa de Artesanato do Governo do Estado do Rio de Janeiro, coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis). (Agência Estado)

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