FHC DIZ QUE LULA FOI 'COMPLACENTE' E É CULPADO PELOS ESCÂNDALOS GOVERNO
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse neste sábado (3), em entrevista ao jornal chileno El Mercurio, que Lula é o culpado pelos escândalos que estão acontecendo no governo Dilma Rousseff. “Ele foi complacente. Sempre deu desculpas frente a condutas que não têm desculpa”, criticou. “Ela [Dilma] tem que demonstrar uma vontade diferente e indicar funcionários novos que não sejam corruptos”, afirmou. FHC disse ainda que o atual cenário do governo Dilma passa “a impressão que aceitar a corrupção se tornou uma condição para governar” o país.
NO VERMELHO
Miriam Leilão, O Globo
Quem olha para as contas do governo chega a pelo menos três conclusões: os gastos continuam crescendo, a uma taxa acima do PIB; os investimentos, que já são baixos, caíram; a arrecadação disparou em todos os impostos. O novo governo registrou até outubro déficit nominal de 2,36% do PIB contando o que paga de juros para rolar a própria dívida, com R$ 79 bi no vermelho.
Ao contrário do que tem sido repetido frequentemente pelas autoridades, o governo não reduziu os gastos; o ajuste como sempre é feito pelo aumento de arrecadação. As despesas, de janeiro a outubro, cresceram 3% em termos reais — descontada a inflação — em relação ao turbinado ano de 2010. Sem descontar a inflação, a alta é de 9,9%.
As contas são do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, que desconsiderou dos gastos de 2010 a contabilidade criativa feita pelo governo durante a capitalização da Petrobras.
— A palavra corte é errada, o que o governo fez foi desacelerar o crescimento das despesas — explicou.
BZ-Quem gasta mais do que deve, terá que pagar mais do que pode.
DILMA DESPACHA COM SECRETÁRIOS-EXECUTIVOS, IGNORANDO MINISTROS
Regina Alvarez e Gerson Camarotti, O Globo
Impedida de escolher o Ministério de seus sonhos no começo do governo, por pressões dos partidos aliados e do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff buscou um atalho e criou a "República dos vice-ministros".
Com perfil técnico e estilo centralizador, Dilma despacha diretamente com secretários-executivos de várias pastas, tomando decisões à revelia dos ministros. Em pelo menos meia dúzia de ministérios, a relação mais constante da presidente é com os subs dos ministros.
Essa prática tem criado constrangimentos e estimulado disputas de poder nos bastidores, o que, na visão de interlocutores com acesso ao Planalto, prejudica o objetivo de Dilma de tornar o governo mais ágil e eficiente.
Um dos casos mais complicados é o do Ministério da Fazenda, onde o ministro Guido Mantega e o secretário-executivo, Nelson Barbosa, entraram em rota de colisão. Incomodado com o acesso direto de Barbosa à presidente, Mantega pediu a Dilma que não despache mais a sós com o seu secretário-executivo. E, no dia a dia da Fazenda, tem feito vários movimentos para isolar Nelson Barbosa.




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