15/12/2015
A luz verde dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao Instituto Butantã para prosseguir com os testes clínicos de uma vacina contra a dengue reacendeu as esperanças de um dia acabar com as sucessivas epidemias da doença. Mas isso agora é só uma parte do problema.
O surgimento de dois outros vírus (zika e chikungunya) reforçou a necessidade de se encontrar uma solução para a origem comum de todas essas ameaças: o mosquito Aedes aegypti.
Mosquitos transgênicos, estéreis e infectados com bactérias são algumas das “armas biológicas” que a ciência está desenvolvendo para incrementar o arsenal de guerra dos seres humanos contra o inseto – historicamente limitado a aplicações de fumacê e campanhas de conscientização pública para eliminação de criadouros, que ajudam a atenuar, mas passam longe de resolver o problema.
Por mais engajadas que as pessoas sejam, dizem os especialistas, é impossível eliminar todos os focos de reprodução do mosquito em um ambiente urbano.
“Precisamos de uma estratégia de controle integrado, com base na soma de várias ações”, diz a bioquímica Margareth Capurro, da Universidade de São Paulo (USP), que trabalha no desenvolvimento de mosquitos geneticamente modificados.
Uma das tecnologias mais avançadas nesse campo é o Aedes aegypti transgênico da empresa britânica Oxitec, introduzido no País em parceria com a brasileira Moscamed. Os mosquitos são modificados com um gene que torna a prole inviável, causando uma redução gradativa da população, à medida que eles copulam com os mosquitos selvagens.
O produto foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 2014 e aguarda registro na Anvisa para poder ser comercializado. Em testes realizados na Bahia, as populações de Aedes aegypti foram reduzidas em até 95%.
Um novo experimento está sendo feito desde abril em um bairro de Piracicaba, no interior paulista, com a soltura de 800 mil mosquitos transgênicos por semana.
Resultados preliminares indicam uma redução de 50% da população local do inseto, segundo o diretor da Oxitec no Brasil, Glen Slade. Estadão
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