DATAFOLHA: DILMA É APROVADA POR 50% DOS NORDESTINOS
Há poucos aspectos negativos para Dilma no levantamento. Mas há alguns sinais que a diferenciam de Lula. Quando o Datafolha indagou aos entrevistados sobre quem são os mais favorecidos no governo Dilma, no topo da lista, com 23%, aparecem os políticos – apesar de a presidenta ter tido um comportamento mais duro com o Congresso em relação ao antecessor. Os trabalhadores vêm a seguir, com 17%. No mesmo patamar estão indústria (14%) e bancos (13%). Lula, em 2003, exalava uma imagem diferente: para 31%, os mais beneficiados pelo antecessor de Dilma eram os trabalhadores. Em seguida, vinham a agricultura (20%) e os políticos (13%). Outro aspecto diferente entre Dilma e Lula aparece quando os entrevistados são instados a dizer, de maneira espontânea, quais são os maiores problemas do país. Há oito anos, sob Lula, os brasileiros apontavam o desemprego (31%), a fome e a miséria (22%) como os maiores problemas do país. Hoje, estão no topo da lista a saúde (31%) e a violência (16%). Tal como Lula, Dilma tem maior taxa de aprovação no Nordeste. Mas não há a grande assimetria muitas vezes registrada no passado. Entre os nordestinos, Dilma tem 50% de aprovação. No Sul, Norte e no Centro-Oeste, sua marca é 44%. No Sudeste, 47%. Quando o entrevistado dá uma nota de zero a dez, a média obtida por Dilma é 6,9. Mas ela tem 7,3 no Nordeste e 6,6 no Sul. A presidenta tem sempre enfatizado seu interesse em priorizar a educação. Um comercial federal na TV exaltou nas últimas semanas os feitos na área, que acabou sendo percebida como a de melhor desempenho da petista. Primeira mulher a ocupar o Planalto, Dilma tem aprovação maior (51%) entre as brasileiras do que entre os brasileiros (43%). A expectativa dos eleitores em relação a Dilma é grande. Para 78% ela fará um governo ótimo ou bom – uma taxa maior do que a de Lula no início do primeiro mandato (76%) e superior à de FHC no mesmo período (48%). (Folha)
OBAMA VIRA “CEREJA” DO PLANO DE MARKETING DE DILMA
A visita de Barack Obama ao Brasil desce à crônica dos primeiros três meses do governo Dilma Rousseff como “cereja” de um bolo levado ao forno em janeiro. Dilma executa um plano de marketing concebido por João Santana. Responsável pela campanha do PT, ele se tornou conselheiro de imagem da presidenta. Desde a posse, age para converter traços da personalidade de Dilma num ativo político que a distinga de Lula. A política externa é parte da estratégia. E a passagem relâmpago de Obama pelo país é celebrada como um divisor de águas. Opera-se uma guinada que distancia Dilma do “terceiro-mundismo” de Lula. Sem renegar África e Oriente Médio, a nova gestão prioriza América do Sul, EUA e China. Sob Dilma, o Itamaraty iça à superfície o pragmatismo comercial que a ideologia da Era Lula havia soterrado. Em movimentos calculados, Dilma tomou distância do ditador iraniano Mahmoud Armadinejad, personagem ao qual Lula se achegara.
No Planalto, atribui-se a visita de Obama ao reconhecimento dos gestos de Dilma. Em conversa com o blog, um auxiliar da presidente celebrou um detalhe: ”Sempre que um novo presidente assumia no Brasil, a primeira providência era agendar uma visista aos EUA. Agora, a Casa Branca veio ao nosso reino”. O vocábulo “reino” orna à perfeição com o conceito que norteia a marquetagem de João Santana, um jornalista de formação. O escultor da imagem de Dilma costuma dizer que Lula, dono de popularidade lunar, deixou no imaginário popular um “vazio oceânico”. Acha que a eleição de uma mulher abriu espaço para acomodar na presidência algo inteiramente novo. Santana chama a “cadeira vazia” de Lula de “cadeira da rainha”. Na campanha, Dilma era vista pelo eleitorado pobre como espécie de “esposa do rei”. Tenta-se agora grudar nela a imagem de “soberana” com qualidades próprias – uma gestora capaz de combinar a sensibilidade feminina com o rigor administrativo. Leia mais no blog do Josias.
E o presidente Obama, quem diria, tanta pompa e circustância para ser apenas a cereja do bolo da Dilma. Ainda vai acabar vendendo amendoim na rua da Quitanda.
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