22/11/2014
FERNANDO BAIANO AFIRMA QUE COMEÇOU A OPERAR ESQUEMA NA PETROBRAS NO GOVERNO FHC
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Apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, o empresário Fernando Baiano afirmou em depoimento à Polícia Federal concedido nesta sexta-feira (21), que iniciou seus negócios com a estatal ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2001.
“Por volta do ano de 2000, ainda durante a gestão Fernando Henrique celebrou um contrato com uma empresa espanhola, de nome Union Fenosa, visando a gestão de manutenção de termelétricas”, diz o relatório, segundo informações do jornal O Estado de São Paulo.
Para a PF, Baiano, que se apresentou nesta semana após ter prisão solicitada no último dia 10, atuava na Área Internacional da petrolífera, comandada pelo ex-diretor Nestor Cerveró, que conheceu, conforme disse à polícia, “ainda no governo Fernando Henrique”, quando ele era gerente.
O lobista ainda relatou que o doleiro Alberto Youssef pediu que ele “fizesse doações para campanhas políticas” e que teria indicado que “alguma empresa” representada por ele também o fizesse. Baiano negou, porém, que tivesse repassado valores para Youssef e que tenha operado para “qualquer partido político”.
O empresário assumiu que tem duas contas no paraíso fiscal de Lichtenstein, país fonteiriço a Suíça: uma está em seu nome e outra, em nome de sua empresa, a Tecnhis Engenharia e Consultoria. Segundo ele, ambas as contas são “declaradas”.
O lobista também relatou à PF que encontrou com Youssef no Rio “a pedido” do então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, “logo após a morte do deputado José Janene”.
O parlamentar, na época líder do PP na Câmara dos Deputados, chegou a ser réu do processo do mensalão, morreu em 2010, e é apontado pela polícia como o mentor do esquema investigado pela Operação Lava Jato, em parceria com o doleiro.
Baiano também citou uma suposta dívida de R$ 20 milhões assumida pelo empresário Júlio Camargo, ligado à Toyo Setal Empreendimentos. Ele afirma que Camargo, um dos delatores da Lava Jato, lhe deve esta quantia por conta de negócios com sondas de perfuração e pagou apenas R$ 3 milhões e depois “enrolou”.


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